A caça à baleia nos Açores fazia-se sempre junto à costa e os botes só eram arreados depois do aviso de baleia, pelo que, nestas ilhas, o "Scrimshaw" não nasceu a bordo mas em terra e pelas mãos de artesãos que poderiam ser ou não baleeiros. No entanto, foram os muitos açorianos que tripularam navios baleeiros americanos que consigo trouxeram não só um incontável número de peças mas, sobretudo, as técnicas de fabrico que foram transmitindo de geração em geração.
Ao escolher os materiais para o "Scrimshaw", era natural que o artesão escolhesse primeiro o dente de marfim do cachalote. Só a ponta do dente é que era lisa e era necessário preparar o resto da superfície, que era áspera, polindo-a. O dente era bem encharcado em água salgada ou em água quente, a que muitas vezes se juntava potássio. Depois usava-se uma lima áspera para esfregar e arredondar a superfície e, finalmente, usava-se uma lixa fina (durante muito tempo feita de pele de tubarão) para completar o processo.
Os melhores artistas de "Scrimshaw" que nestas ilhas trabalharam estão representados no espólio do Museu. Fátima M. Gomes, Carlos Machado, Gualter M. Barreto, João Fernandes Leal, Othon Silveira, António Manuel Machado, Rui Dias, Juvenal Castro, João Garcia, Manuel Garcia da Silva, Carlos Gomes, José Botelho Morais, Manuel D. Fagundes, Carlos Alberto,
Nunes Roberto, Família Luz, Dimas José A. Soares, Rui Oliveira e John Opstal são os artistas cujos trabalhos estão representados neste Museu, cujo valor é incalculável sobretudo porque constitui um meio de preservar e manter viva, através das peças em exposição, a história e o testemunho dessa grande "aventura" que foi a caça à baleia nos Açores.
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